Páginas

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Quase tudo

Uma das coisas que mais me irrita nas pessoas, é a carência excessiva. Tudo bem, eu entendo que vivamos tempos difíceis e desejemos incessantemente alguém que no roube o peso dos dias, ou pelo menos divida ele conosco. O feio é colocar nas costas de alguém a obrigação de nos fazer feliz. Ninguém tem essa tarefa. A vida, por mais bela ou sofrida que seja, é nossa. Só nossa.
Durante muito tempo, achei que era meu dever ser prestativo, atencioso, e acima de tudo, responder nos primeiros segundos que a pergunta chegasse. Depois de um tempo, percebi que além de qualquer relação que eu tenha com alguém, eu tenho um limite entre eu, e o cara que mora dentro de mim. Algo que me diz até onde eu posso ir, com qual velocidade, baseado em que, com que finalidade. Algo que é mais precioso que quase tudo.
Você precisa entender, que não importa quem você seja, ou o que a gente tenha, eu posso não atender as tuas ligações, eu posso não responder as tuas mensagens, inboxs, eu posso não ler os teus emails, eu posso não me fazer perceber teus sinais de fumaça. E não, isso não é nada perto de falta de amor, consideração, respeito, ou lealdade. Isso é uma coisa minha, uma particularidade que, às vezes, por autoproteção, ou para te proteger, aparece. Todo mundo precisa de um momento seu. Nem sempre quero me dividir com você.
Outra coisa que me irrita nas pessoas, é a velocidade com que elas querem que as coisas aconteçam. Por mais vontade envolvida, nem sempre tudo acontece no nosso tempo, conforme a gente planejou. Principalmente se isso envolver as minhas vontades também. Não vai ser um beijo que me ligará pra sempre a você. Mas pode ser que até a ausência dele me ligue. Não vai ser me conhecendo no sábado, que você ganhará meu coração na segunda. Ou pode ser que no domingo mesmo isso já aconteça. Algumas coisas quando feita as pressas, desabam, ou melhor, quase tudo.
Eu entendo que a gente deseje alguém para chamar de seu. Eu sei que quando o frio aperta, a gente quer alguém pra chamar de nosso. Mas a minha lua tem fases diferentes da de São Jorge. Eu preciso de outros solstícios para fazer eclipse. Eu não consigo ser tão fácil, tão rápido, tão rasteiro. Eu preciso de uma coisa que às vezes só vem com o tempo. Eu preciso sentir. Eu preciso ter meu coração acelerado. Eu preciso daquele friosinho na barriga. Borboletas no estômago.
Depois de muito relutar, depois de tantas noites em claro e conversas infindáveis comigo mesmo, percebi que a carência das pessoas era algo que me irritava. De todas as tentativas que eu tive de namorar alguém, essa era a principal barreira que me limitava. Não quero ser o único responsável pela felicidade de alguém que simplesmente não se basta. Alguém que precisa de mim para fazer sua vida ter sentido.
Quando eu encontrar alguém capaz de encantar meu coração e saber se feliz sem mim, mas que queira dividir sua felicidade comigo, ai sim, eu sentirei que é hora de dar alguns passos pra frente. Enquanto as pessoas depositarem em mim seus instantes felizes, prefiro buscar no brilho do sol o aquecimento que meu coração precisa. É melhor seguir sozinho de fato, do que sozinho acompanhado.  
                                                                                                                                         (MATHEUS ROCHA)
   Gente,esse é um dos textos do Matheus Rocha,que é um ótimo escritor.
Acessem: http://www.neologismo.com.br/  e confiram como ele é incrível com as palavras!

domingo, 4 de agosto de 2013

De volta ao lar


Só quem é privado do convívio com a família sabe como é bom estar de volta em casa.
De volta ao lar.Ao aconchego,carinho e amor.
 Até o ar que a gente respira parece diferente.Mais leve.Mais puro.
 Voltar pra casa produz em mim uma sensação única.Uma renovação da esperança.Uma sensação de pertencimento. Sim,eu não estou a mercê. Eu pertenço a alguém.Meus amores,minha família.
Aqui sim,eu chego o mais perto de ser feliz de verdade.
 A gente pode sair,rodar o mundo,conhecer diversos lugares e pessoas.Se impressionar e emocionar. E pode passar pelas melhores sensações.
Mas nada se compara a voltar pra casa,pro nosso cantinho.Nada se compara aquela sensação boa que nasce na gente,quando a gente recebe um beijo e um abraço de "bem vindo de volta" de quem a gente mais ama.

                                                                                       Valéria Coelho